Quando o Congresso não aprova o Orçamento, os EUA entram em modo “desliga”: o shutdown. Foi exatamente o que ocorreu ontem. Sem acordo no Congresso para os gastos de 2026, o governo americano paralisou parte de suas atividades.
Mais de 2 milhões de servidores ficam sem pagamento imediato. O Departamento de Trabalho suspendeu relatórios cruciais, incluindo o de empregos que guiam o Fed.
O impacto lembra 2019, quando um shutdown de 35 dias no primeiro mandato de Trump custou US$ 11 bilhões à economia, sendo US$ 3 bilhões nunca recuperados.
O principal ponto de atrito era a saúde. Democratas defendiam a renovação dos subsídios do Obamacare, que reduzem os custos dos planos de saúde para famílias de baixa renda.
Sem o programa, 22 milhões de americanos podem sofrer uma alta média de 75% no valor do seguro já em 2026.
Os republicanos, por outro lado, defendiam aprovar apenas a extensão dos gastos, sem incluir saúde no pacote, dizendo que o país não deve arcar com saúde para imigrantes ilegais.
O próprio Trump reforçou isso: “nenhum país pode bancar saúde gratuita para todo imigrante ilegal que entra — e é exatamente isso que eles estão insistindo.”
Falando nele, já prevendo o shutdown, o POTUS disse que “muitas coisas boas podem vir das paralisações” e que pretende o usar o período para cortar programas ligados aos democratas e “demitir muita gente”.
De um lado, ele e sua base afirmam que o shutdown foi culpa dos democratas. Do outro, os democratas dizem que os últimos dois shutdowns do país foram em governos Trump — jan/18 e dez/19.
E o que acontece agora? Durante o shutdown, serviços essenciais continuam, mas boa parte do governo trava. A Receita reduz operações, parques e museus federais fecham e companhias aéreas já alertam para atrasos.