Durante a primeira edição do Lide Brazil Conference, em Nova Iorque (EUA), três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) comentaram os protestos no Brasil contra a vitória do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro Antonio Dias Toffoli disse que o Brasil não pode viver de “extremismos” e criticou os “autoproclamados conservadores”. “Autoproclamados conservadores no Brasil fecham as estradas interrompendo o direito de ir e vir“, declarou. “Não é algo mais anticonservador? Não podemos deixar que o ódio entre no nosso país, não podemos viver só nos extremismos.”
Luís Roberto Barroso declarou que o pleito já acabou e que, segundo ele, resta respeitar o resultado. “A vida na democracia é simples assim”, disse. “O resto é intolerância, espírito antidemocrático e, quando não, selvageria.”
Gilmar Mendes observou que a premissa da ordem constitucional, da democracia e da liberdade sofreu os “mais impensáveis ataques”. Além disso, que o populismo foi “embalado por um discurso de ódio e disseminado por soluções de tecnologia”.
“É preciso indagar se há algo mais por trás dos discursos lunáticos e histéricos que pedem intervenção militar e a prisão do inventor da tomada de três pinos”, concluiu.
Ministros do STF são recebidos com vaias em Nova Iorque
Conforme noticiou a Oeste, manifestantes confrontaram ministros da Corte Suprema, na noite do domingo 13. Seis juízes do STF estão na cidade para uma palestra sobre “liberdade e democracia”, a convite do grupo empresarial Lide, que pertence ao ex-governador de São Paulo, João Doria.
Nas imagens divulgadas nas redes sociais, é possível ver as pessoas xingando os ministros que deixam a entrada principal de um hotel, em Manhattan, escoltados, em direção a uma van. Entre outras ofensas, Alexandre de Moraes foi chamado de “cabeça de ovo”, “vagabundo” e “ladrão”. Acuado, o juiz riu.
Em seguida, Mendes deixa o local, sob vaias, e escuta de um manifestante: “O que é seu está guardado, seu bandido”. Ricardo Lewandowski também não escapou da reação popular. Quando deixou o hotel, ouviu de uma pessoa que ele estava “acabando com o Brasil” e deveria ter “vergonha na cara”.
No domingo, ainda foi a vez de Barroso. Enquanto caminhava pelas ruas da cidade, uma mulher o abordou. Ao lhe perguntar ironicamente como o juiz estava, ele responde: “Feliz pelo Brasil”.
fonte: Revista Oeste