Um casal de irmãos descansa um pouco antes de almoçar. Joseane Pereira, de 46 anos, e Nilo Sérgio, de 51, estão abrigadas na Igreja de Santo Antônio após as fortes chuvas da última terça-feira. Eles estão entre os que conversaram, neste domingo (20/02), com a equipe da Vigilância da Secretaria de Estado de Saúde. Os profissionais estão responsáveis por percorrer os locais que acolhem os desabrigados em Petrópolis e, por meio de atendimento humanizado, orientam sobre cuidados com alimentos variados, vestimentas e acesso a remédios.
Os irmãos tiveram que sair às pressas, pois a casa no bairro Alto da Serra estava sob risco de desabamento. Desempregada, Joseane vive com o irmão mais velho, que trabalha como porteiro em um condomínio da cidade de Petrópolis.
- Conversamos há pouco com a equipe da Vigilância Sanitária, que está orientando as pessoas que estão nos abrigos nesta situação como nós. Já estamos aqui há quatro dias e o acolhimento é muito bom. As pessoas nos perguntam constantemente como estamos - descreveu Joseane.
Na ação, que ocorreu neste fim de semana, os agentes da Vigilância Sanitária Estadual, da Vigilância Epidemiológica e Ambiental e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde atuaram no levantamento e atualização do perfil de pessoas desabrigadas. Também, se necessário, é feita uma avaliação clínica dos que precisarem receber atendimento de saúde especializado. No sábado (19), os profissionais da Secretaria de Estado de Saúde (SES) também vacinaram 27 crianças contra a COVID-19.
- A gente está, diariamente, acompanhando essas pessoas e fazendo o cadastramento. Os agentes fazem a fiscalização em cada ambiente e conversam sobre os cuidados relativos à saúde, principalmente sobre cenários pós-enchente – explicou a superintendente da Vigilância Sanitária do Estado do Rio de Janeiro, Adna Spasojevic.
Adilson de Assunção Batista, a esposa Luciene e três parentes também estão no abrigo na Igreja de Santo Antônio. A rua onde moram foi destruída pela chuva e, por isso, eles não têm mais como acessar a moradia. Na fuga, eles caminharam um longo período na água barrenta e ficaram preocupados com a saúde. Orientados pela equipe da Vigilância em Saúde, Adilson e Luciene estão bem de saúde e, até o momento, não precisaram fazer uso de remédios.
- Desde que nós chegamos, fomos muito bem tratados. Estão nos dando toda a atenção. A equipe tem perguntado se precisamos de remédios nas visitas diárias. Nós fizemos um cadastro e agora eles têm total conhecimento sobre nós - explicou Adilson, que é cozinheiro.
Cuidado com alimentos e caixas d’água
Entre os profissionais da Vigilância Sanitária Estadual, estão enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, médicos veterinários, biólogos e dentistas. A equipe repassa informações sobre cuidados na manipulação e condições de armazenamento de alimentos e de abastecimento de água após a ocorrência de enchentes. Também orientam sobre a utilização de hipoclorito de sódio a 2,5% na higienização de frutas, verduras e legumes, nos locais de armazenamento de água, na higienização das embalagens dos alimentos e dos utensílios. Os voluntários que atuam nos pontos de apoio também estão sendo informados sobre a manipulação de alimentos e sobre a limpeza, a desinfecção da caixa d’água, além de abordar sobre cuidados com água para consumo humano e como proteger os alimentos na falta de energia.
Um gabinete de crise foi montado e, em cinco dias de trabalho, as equipes da Vigilância estadual já identificaram 17 unidades de saúde da região que foram danificadas, entre elas, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro. Os técnicos emitiram alerta para abertura de protocolo de abordagem para síndrome febril nas unidades de saúde. A medida define que todas as pessoas com febre, dor de cabeça e dor muscular e que tenham entrado em contato com lama e água da enchente sejam tratadas como leptospirose.
fonte: secom