por Roberto Tavares
A Rádio Jovem News RJ, entrevistou o vereador de Niterói Douglas Gomes do PL, que fez duras críticas à administração comandada pelo atual prefeito Axel Grael do PDT. Uma delas é sobre as condições em que se encontra a Prefeitura de Niterói. O vereador aproveitou também para apresentar algumas sugestões, no sentido e solucionar problemas. Acompanhe o que foi a entrevista:
JN- Moradores do bairro Barreto reclamam das condições dos transportes. O que o senhor acha?
DG- O trabalho que tem que ser feito é bem amplo e não se resume no que está acontecendo apenas no bairro Barreto. A empresa em pior situação financeira chama-se Brasília/Barreto, que fazem parte do consórcio Trasnit, que está passando por sérias dificuldades financeiras. Inclusive já tiveram 16 ônibus retidos pela justiça por uma dívida que possuem. Com isso, há uma frota reduzida, muito antiga e sem a devida manutenção, provocando falta de cumprimento dos horários estabelecidos. Com isso, a população espera por ônibus por cerca de uma hora. Isso é muito preocupante. Existe de fato uma máfia na cidade, onde, de um lado a empresa não presta seu devido papel e, do outro, a prefeitura não fiscaliza, cobra e autua os infratores, de acordo com as normas vigentes. Estamos mapeando as linhas que não estão cumprindo seu papel e vamos direcionar ao Ministério Público.
JN- O que pode ser feito para conter o aumento de moradores de rua de Niterói?
DG- Primeiro, precisa haver uma política séria. A prefeitura de Niterói não tem uma política séria no que diz respeito ao resgate humano, o resgate da dignidade daquele ser que está em situação de rua. Nem todos são criminosos nem bandidos. Na sua maioria, são dependentes químicos, dependentes de álcool com problemas familiares e uma grande parcela passando por problemas psíquicos e neurológicos, que deveriam estar em hospitais acompanhados por psiquiatras. E a prefeitura não tem nenhum trabalho sério no que diz respeito a esse problema. A prefeitura tem, sim, diversos benefícios que facilitam e estimulam a pessoa a continuar na rua, sem trabalhar e sem cumprir nenhum tipo de regra. Alguns podem ser vistos transando às 7 horas da manhã, na Avenida Amaral Peixoto, no centro de Niterói, na frente de crianças, e a prefeitura não toma nenhuma decisão. Há necessidade de mais seriedade nessa questão, no sentido de resgatar a pessoa, inserindo-a na sociedade.
JN- A população reclama da dificuldade de conseguir fazer uma tomografia ou ressonância em hospitais em Niterói. Em sua opinião, qual é o motivo?
DG- Bem, nós temos o Centro de Imagem, no Carlos Tortely que não funciona na sua plenitude. Sem falar que o problema é no primeiro atendimento. Nós temos o programa médico de família que funciona pessimamente. Não tem medicamentos e há pouco profissionais. Muitas unidades não têm médicos e a responsável pelo programa foi promovida. Ela é a esposa do ex-deputado federal Chico D’Angelo, Ana Maria Schneider. Agora ela vai gerir toda a saúde do município, ou seja, ela foi incompetente no programa médico de família e, certamente, será incompetente gerindo todo sistema de saúde da cidade de Niterói, incluindo os hospitais Orêncio de Freitas, Carlos Tortely e Mário Monteiro. Quando coloco a questão da saúde é porque faltam de medicamentos, falta bolsa de colostomia, falta soro, falta dipirona, faltam especialistas. Sempre comparo com outro lado: a gestão na saúde é péssima, mas gasta a prefeitura gasta R$ 30 milhões por ano com publicidade e cerca de R$ 10 milhões no final do ano com shows. Com iluminação natalina, deve gastar agora mais 10 milhões. Não sou contra Natal, Carnaval nem shows, mas comparo muito com a administração da minha casa: a gente viajava, passeava, mas se passasse por alguma dificuldade que obrigasse a abrir mão de alguma coisa, agente não abria mão da comida, abria mão da viagem. Hoje, nós temos no hospital Carlos Tortely, 10 unidades de CTIs fechadas, por causa de goteira no telhado. É bem melhor você ter o orçamento que está no seu controle no valor de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão do orçamento da saúde, você controlar e dizer que o medicamento chegou: mas não chegou. Mas você assina que o medicamento chegou e paga a empresa fornecedora. Suspeita-se que uma empresa recebeu quase R$ 2 milhões, sem entregar a encomenda. Há comentários dentro da prefeitura, de que isso foi um dos motivos para que o ex-secretário de saúde, Rodrigo Oliveira tenha saído. O fato está sendo investigado pelo Ministério Público.
JN- Há décadas que, basta uma chuva de uns dez minutos para que todos os bairros de Niterói fiquem alagados. O que pode ser feito para solucionar essa triste realidade?
DG- Antes de qualquer coisa, precisamos chamar profissionais. Há necessidade de estudos técnicos que apresentem soluções. Durante décadas, nos últimos trinta, quarenta anos, houve várias intervenções paliativas, todas sem base em profundos estudos, que pudessem comprovar a melhor alternativa para acabar com os alagamentos na cidade. Não é normal que uma pancada de chuva de 10 minutos pare a cidade, interrompendo todos os serviços: saúde, educação e até a economia. Crescemos acostumados a ter nossa vida travada em Niterói, em dias de chuva. Se você tiver compromisso não chega. Nós temos hoje uma secretaria que não trabalha de forma séria no que diz respeito à mobilidade, no que diz a respeito ao saneamento, pavimentação. Temos obras na região oceânica, as quais mostramos o que está sendo feito de errado. E a prefeitura não toma nenhuma medida. Continua com a obra e no final o resultado não é o esperado. O local continuará enchendo. Quando acontece algum acidente no curso da obra, como aconteceu na Avenida Irene Lopes, quando da pavimentação, os moradores falaram que eles estavam fechando a entrada do rio, de forma irregular. Continuaram, veio uma chuva e a avenida afundou. O caminhão da obra parou dentro da avenida. Repito: precisamos chamar profissionais para se que seja feito estudo técnico na cidade. Estamos sofrendo adensamentos, discutindo plano urbanístico, onde a prefeitura quer aumentar a população da cidade.
JN- Você teve cerca de 28 mil votos na última eleição para deputado estadual. Desse total, quase 16 mil foram só em Niterói. Isso lhe credencia a disputar o cargo de prefeito?
DG- Foi um ótimo resultado, fui eleito em 2020 com 2.416 votos. O crescimento é um ótimo resultado, porque nós temos nossas bandeiras, nossas causas, nós apoiamos o presidente Bolsonaro e, além disso, sou um parlamentar eleito para trabalhar para toda população. Isso demostrou que o povo tem enxergado. Obtive 15.280 votos em Niterói, representando um dos maiores crescimento nos últimos anos, eleitoralmente. Tenho recebido muitos pedidos para ser candidato a prefeito, e meu nome está à disposição do PL. Nos próximos dias, veremos o que será decidido. Conversamos com alguns partidos No momento, sou pré-candidato a vereador, mas existe essa possibilidade e estamos conversando.