“A isonomia entre os concorrentes deve ser mantida em qualquer hipótese. Qualquer gesto, como esse que temos assistido, não contribui em absolutamente nada para o processo eleitoral. O TSE deveria dar uma resposta definitiva e pronta a uma grave denúncia como essa”, criticou. O senador também comentou a exoneração do servidor do TSE responsável por propagandas eleitorais em rádios, o que caracterizou como um evento “mal explicado”: “A própria exoneração do servidor, a três dias do fim do horário eleitoral, ele não fez isso porque está recompondo quadros do tribunal, não se faz isso, termina a eleição e se faz. Eu sou advogado eleitoral e nunca vi o que estou assistindo nessas eleições. Acho que a condução do processo eleitoral deve ser feita com maior zelo para não criar insegurança jurídica. Então, exonera o servidor e vai para a TV fazer um comunicado oficial dizendo exatamente o que aconteceu, porque a falta dessas informações gera especulação e isso é muito ruim. A gente quer saber se houve, ou não, as inserções. Ou se a documentação apresentada está errada, por isso ou por aquilo, porque é grave”.
O líder do governo no Senado ainda deu detalhes sobre como o os senadores têm avaliado as atitudes do TSE e revelou que há o interesse de convocar a corte para se manifestar sobre o processo eleitoral: “Essa última semana no Senado Federal foi tensa, eu mesmo ia ficar no Rio de Janeiro e acabei indo ao Senado. Houve movimentos de diversos senadores, não somente de partidos diretamente da base do governo, mas de outros partidos que tem representantes que são pessoas muito credenciadas e preparadas, como o senador Lasier e o senador Girão, que buscaram um voto de repúdio a todo esse processo de censura, que há censura. É inegável e não pode haver, nem excepcionalmente até o dia 31, como disse a ministra Cármen Lúcia. Só de admitir isso, é porque ela já está admitindo que há uma censura em um momento excepcional. Isso chamou à atenção. Todas essas iniciativas duvidosas que deixam dúvidas por parte do Tribunal Superior Eleitoral e que não contribuem com o processo eleitoral estão sendo vistas pelo Senado. É importante, a gente tem muito pouco tempo até as eleições e o Senado muitas vezes é cobrado sobre o que vai ser feito e por que não faz alguma coisa agora. Nada se faz do dia para a noite. Nada se faz por impulso. É preciso de informações, é preciso ouvir”.
“Eu vejo que, no retorno das atividades após o período eleitoral, possivelmente deve ser convocado o servidor que foi exonerado e certamente vai ser convidado mais uma vez o TSE em geral. Porque o TSE não pode ser um único ministro, tem um colegiado. As decisões não podem ser de uma pessoa, justamente porque é um colegiado. A gente quer ouvir o colegiado, a gente quer aperfeiçoar a legislação. Não é revanche, não tem nada disso. A gente tem que atrair o Poder Judiciário para a gente conversar se quer a harmonia dos poderes. Se um poder resiste a isso, tem várias formas dele ser chamado à conversa, porque só há diálogo quando as duas partes querem dialogar. E o Senado tem feito gestos frequentes, convites, audiências públicas para discussão de temas e infelizmente ele não tem sido ouvido, mas ele será. Porque a crise do Judiciário não é com o parlamento, não é com o Poder Executivo, a crise do Judiciário, hoje, é com a sociedade”, afirmou.
Portinho também analisou a disputa entre Lula (PT) e Bolsonaro no 2º turno e declarou que as alianças do atual presidente foram mais acertadas que a do candidato petista: “É uma disputa muito acirrada entre dois candidatos. Dois candidatos que, no campo pessoal, têm carisma e têm seguidores. Muitas vezes a gente quer entender a lógica do voto, mas outras vezes é o carisma mesmo, a relação entre o eleitor e o candidato que atrai o voto. Não necessariamente são as propostas ou o que dizem à favor, ou contra, de um e outro. A lógica do voto é algo complicado, mas o que agente vê é uma disputa acirrada. Em sempre falei que quem vencer vai vencer por uma diferença muito pequena. Tenho, não é porque sou líder do governo, a sensibilidade de que nos últimos dias esse placar virou. A gente vai ter um resultado de 1% ou 1,5%. Acho que os apoios que o presidente Bolsonaro teve nos Estados são mais relevantes e têm uma capilaridade maior do que os apoios óbvios que o adversário teve do MDB e do PDT apoiarem o Lula, o que historicamente sempre foi”.
fonte: jovem pan