Grupo criado há seis anos integra a Rede de Resiliência da Região Serrana e já fez até um mapa interativo de trilhas
Grupo de pesquisadores do Cefet/RJ - campus Petrópolis, que coordena o Projeto Expedições, participa da rede de Resiliência da Região Serrana, estudando as condições ambientais para auxiliar as comunidades locais na prevenção de desastres ambientais. A equipe, que criou um mapa interativo de trilhas, se reuniu nesta quarta-feira (16/03) com a rede para troca de informações e planejamentos.
Criado há seis anos, o Projeto Expedições faz levantamento de todas as Unidades de Conservação (UCs) inseridas no município, com o objetivo de demarcar limites, estruturar dados das áreas preservadas e debater o uso e a ocupação da terra em um ambiente montanhoso. O projeto conta com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
A iniciativa ajuda a reforçar a importância da presença dos remanescentes florestais do bioma Mata Atlântica, na região, e sugere atividades de educação para preservação e redução de riscos ou desastres.
O Projeto Expedições idealizou também um mapa das Unidades Geoambientais no município. O Rio de Janeiro possui 11 domínios e 32 unidades geológico-ambientais. Desses, seis domínios de geodiversidade e nove unidades geoambientais foram identificadas em Petrópolis. Para o auxílio e o incentivo das atividades educacionais em trilhas da região, a equipe do Cefet/RJ criou um mapa interativo de trilhas e unidades de conservação, que pode ser consultado em https://bit.ly/3hUEdYY.
- Temos observado um aumento na procura por atividades em áreas naturais, algumas vezes até de forma descontrolada, o que gera inúmeras questões com as quais temos condições de refletir e, eventualmente, colaborar para uma melhor organização - ressalta Amaro Pessoa, um dos coordenadores.
Ele ressalta que Petrópolis possui unidades de conservação municipais, estaduais e federais, de diferentes categorias e tamanhos, e que foram agrupadas em nove unidades de proteção integral, como a Reserva Biológica (Rebio) do Tinguá; o Parnaso; a Rebio Araras; o Refúgio da Vida Silvestre Serra da Estrela; o Monumento Natural Pedra do Elefante; o Parque Natural Municipal Padre Quinha. Além destas, há as de uso sustentável, como a APA de Petrópolis, APA Maravilha e APA Vale Fagundes. Existem também sete reservas particulares e juntas, públicas e privadas, representam cerca de 62% da área total do município.
Importância histórica
Na década de 1930, Emérico Hungar subiu a Serra da Maria Comprida. No período colonial, a serra foi muito utilizada como marco de orientação, uma referência para os viajantes. É uma das montanhas mais impressionantes de Petrópolis, e, ainda hoje, possui duas das 20 linhas de escaladas mais extensas do Brasil: Maria Nebulosa, de 1.040 metros de comprimento, e Domínio das Sombras, com 850 metros de comprimento.
Outro marco histórico do montanhismo foi a criação do Centro Excursionista Petropolitano, em 1958.
Em 2020, a Lei Municipal número 8.065 declarou como relevante interesse o montanhismo, a conservação, sinalização e a proteção das trilhas e vias de escaladas das montanhas em Petrópolis.
Para os amantes do montanhismo e das escaladas, o município conta com o Guia de Escaladas de Petrópolis, incluindo a descrição de 36 vias de escalada, divididas em oito setores: Quitandinha, Serra da Estrela, Itamarati, Serra dos Órgãos, Serra das Araras, Serra do Cantagalo, Secretário e Taquaril; e o Guia de Trilhas de Petrópolis, com descrição de 38 trilhas, divididas em caminhadas leves, leves-superiores, semi-pesadas, pesadas e para cachoeiras.
fonte: secom